Você já parou para pensar no que faz um psicólogo clínico histórico-cultural?
Geralmente começamos a estudar uma nova abordagem da Psicologia, algumas perguntas costumam nos vir à mente, por exemplo: Qual o papel do psicoterapeuta? Qual a visão de mundo? Como essa teoria compreende o sujeito? É uma teoria que tem seus próprios instrumentos de intervenção? E isso acontece porque, de certa forma, essas perguntas nos ajudam a definir e compreender como é a atuação dessa abordagem na clínica.
Quando o assunto é a Psicologia Histórico-Cultural, parece que essas dúvidas ficam mais fortes ainda, o que se deve ao fato de por muito tempo a PHC só nos ter sido apresentada nos contextos da psicologia educacional e da psicologia social, parecendo até estranho falar de uma Psicologia Histórico-Cultural voltada para pensar os problemas da clínica.
Neste texto, para entendermos do que se trata ser um psicólogo clínico na abordagem histórico-cultural, vamos passear por 4 características que não podem faltar na atuação do psicólogo nessa abordagem.
Ser dialético
A PHC surge do inconformismo de Vigotski com as abordagens tradicionais da Psicologia. Para isso, nosso querido psicólogo soviético, se apoia no marxismo e desenvolveu uma teoria que compreende que o psiquismo humano é um fenômeno histórico, de modo que nem dá para compreendermos o desenvolvimento psicológico humano sem analisarmos de forma integral e dialética cada processo que o compõe.
Mas o que isso significa na atuação do psicólogo clínico histórico-cultural? Quer dizer que o psicólogo clínico nessa abordagem vai sempre buscar a relação entre as partes. Por exemplo, ao invés de olhar só para o papel da cultura ou da biologia no desenvolvimento mental, ele irá colocar essas duas dimensões para dialogar, pois, como ensina Vigotski, o desenvolvimento humano é integral e não dividido!
Ser dialógico
A Psicologia Histórico-Cultural entende que o ser humano é um ser de afetos, e esta é uma influência que a Filosofia dos Afetos de Espinosa tem sobre Vigotski. Nessa linha, o ser humano afeta e é afetado pelas pessoas e outros elementos com os quais convive, que transformam o ser humano e que são transformados por ele.
Na clínica, esse caráter dialógico aparece na medida em que psicoterapeuta histórico-cultural e paciente dividem um espaço de mútua afetação. Assim, tanto o psicólogo clínico histórico-cultural mobiliza os afetos do paciente, como o paciente movimenta os afetos do psicoterapeuta a partir de cada memória, situação, pensamento e emoção divididos no cenário terapêutico.
Ser intencional
Esta é uma das características que mais diferenciam a PHC na clínica de outras metodologias de atendimento. Enquanto a Psicanálise e o Humanismo, por exemplo, trabalham com posturas contemplativas, esperando o fenômeno se desdobrar ou o inconsciente se manifestar, nós, psicólogos clínicos histórico-cultural, desenvolvemos um Projeto Terapêutico Singular com foco em desenvolver intencionalmente recursos psicológicos que não foram oportunizados aos nossos pacientes ao longo da vida.
Ser interventivo
Ser interventivo é uma implicação de ser intencional. A Clínica Histórico-Cultural é uma terapêutica da produção de desenvolvimento e autonomia. Através de uma avaliação qualitativa, contextualizada e histórica do desenvolvimento do nosso paciente, nós propomos intervenções – verbais ou instrumentais – que atuam no impulsionamento e na transformação da zona de desenvolvimento proximal do paciente.
Entretanto, você não deve confundir ser interventivo com ser diretivo. Não há espaço para protocolos rígidos e acríticos na Psicologia clínica Histórico-Cultural. Ela é, na verdade, uma terapêutica artesanal. Formulamos e propomos intervenções pensando na singularidade, na história de vida e na situação social de desenvolvimento de cada indivíduo.
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O Instituto Veresk é um coletivo de psicólogos histórico-culturais apaixonados pela teoria de Vigotski na clínica, composto por Neto Oliveira (Diretor Geral), Janaína Melo (Diretora Pedagógica do Instituto Veresk), Brenna Santos (Secretaria e Apoio Psicopedagógico do Instituto Veresk) e Mylene Freitas (Coordenadora de Marketing). Contamos ainda com a referência e consultoria da Prof. Dra. Ana Ignez Belém Lima, precursora da Psicologia Clínica Histórico-Cultural no Brasil.
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